sábado, 21 de fevereiro de 2015

DIOGO STRAUZ – SPECTRUM VOL.1

Versatilidade de gêneros domina primeira aventura solo do talentoso produtor e multi-instrumentista carioca. 

Capa
Ano: 2015
Número de faixas: 12
Duração: 37:53
Gênero: Funk, Soul, Eletrônico, Samba, MPB














Você pode não saber, mas sua pessoa esteve recentemente em contato, meio que por tabela, com uma das muitas obras que o carioca Diogo Strauz anda soltando por aí: “Como Vês”, música que abria a minissérie global (que fez Paolla Oliveira quebrar a internet...) ‘Felizes Para Sempre?’ e cantada por Alice Caymmi, foi extraída do álbum Rainha dos Raios (lançado por Alice no ano passado e tido por muitos como um dos melhores discos brasileiros de 2014), produzido por Strauz.

Assim, após produzir trilhas sonoras publicitárias e álbuns de alguns dos nomes mais interessantes da atual safra da boa música nacional (Castello Branco, João Capdeville e a já citada Alice Caymmi), Diogo Strauz, ex-R.Sigma, resolveu embarcar numa interessante aventura solo: o álbum Spectrum Vol. 1, parido em janeiro último. Uma verdadeira miscelânea de ritmos, o disco possui uma versatilidade ímpar. “In Strausz you can hear the collision of tecnobrega with Aphex Twin, Tom Zé, and a little DFA for good measure”, disse a Spin Magazine. É bem por aí mesmo.

Discos de produtores são um tanto quanto excêntricos, uma vez que ali eles aproveitam para dar asas aos sons que ecoam nas suas cabeças. Em Spectrum Vol. 1, a diversidade impera. O que não significa que isso seja uma bagunça, muito pelo contrário. Strauz consegue costurar todas as suas influências com maestria. Como ouve de tudo um pouco, ele acaba por reproduzir os mais variados gêneros que admira: vai da guitarrada (em “Chibom”, que abre o disco) ao afro-samba (em “Vovô”, única faixa onde o garoto mostra sua voz – o disco é apinhado de participações); do drum’n’bass (em “Me Ama”, com participação de Kassin) à MPB (em “Assombração”, com participação de Danilo Caymmi), tudo isso sem fazer cerimônia alguma. Mas o resultado é ótimo. O moleque sabe o que está fazendo.

Multi-instrumentista e DJ, Strauz põe também em Spectrum Vol. 1 boas músicas eletrônicas: a calminha “Right Hand of Love” (com participações de Brent Arnold e Jacob Perlmutter – este último também anteriormente produzido por Strauz) e a dançante “FCK” (com participação de Apollo). Tem até um sample de Bob Esponja (sim, o desenho animado) num dos melhores momentos do disco: “Narcissus”, funkão dos bons que nos transporta a um ambiente setentista, cantada pelos gêmeos Keops e Raony (da banda Medulla). Na também ótima “Não Deixe de Alimentar”, um groove irresistível faz cama para as vozes de Ledjane Motta e Maria Pia. Outra faixa marcante é a belíssima “Se Renda”, canção pra lá de cantarolável, composta e cantada por Leno (aquele cantor jovem-guardista que fazia par com Lilian). Leno, inclusive, é pai de Diogo.

O disco tem a maior cara de festa (e pós-festa também): começa animado e dançante e termina naquele clima de câmera lenta. “Spectrum se refere ao espectro musical e emocional do álbum. Eu sou novo, tenho muito o que explorar e esse álbum é uma chance de suprir meu desejo de me aventurar”, comenta o artista no release oficial do disco. Se já na sua primeira investida solo o garoto impressionou, os próximos volumes de Spectrum prometem.

Nota: 8,2.
Pra quem gosta de: Kassin, El Guincho e Mark Ronson.

Por Diógenes Rodrigues


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