Banda Beatles 4Ever em apresentação no Artes de Março (Foto: Maria Aparecida Vieira) |
O quarteto Beatles 4Ever foi a primeira banda cover dos The Beatles no Brasil e estão há
mais de trinta anos na estrada tocando e interpretando as músicas dos rapazes
ingleses.
Considerando que o quarteto
de Liverpool só teve praticamente dez anos de carreira, com discos
lançados, turnês pelo mundo e a euforia do sucesso; é inegável que depois de
três décadas fazendo shows pelo Brasil não se perceba a qualidade técnica e
sonora nas apresentações do 4Ever.
Bonito mesmo de se ver e
ouvir são os instrumentos e seus timbres característicos, iguais aos
instrumentos originais utilizados no sucesso de então dos The Beatles. No entanto,
uma banda cover sempre suscita a questão das bandas que tocam cover e as que preferem se
dedicar à musica autoral, exclusivamente.
A Zaboomba entrevistou,
não somente o cover dos The Beatles, mas também músicos profissionais que
pensam sobre música brasileira e que ainda têm muito a dizer. Confira.
Zaboomba: Como é que é ser
reconhecido profissionalmente como cover dos The Beatles?
Ricardo Felício (Ringo Star): Então, pra gente é um prazer muito grande, porque
toda nossa escola musical, de todos na banda, é justamente os Beatles. É a
nossa banda favorita, são nossos ídolos, a gente poder interpretar, viver disso,
levar um pouco da história que eles criaram na época, inclusive para os dias de
hoje, para todo tipo de público, é uma sensação gratificante, uma sensação muito legal.
Z: Todos você são músicos profissionais?
RF: Sim, sim.
Z: Todos têm uma formação musical?
RF: Na verdade, todos nós vivemos exclusivamente disso. Hoje nosso trabalho mesmo é Beatles 4Ever e todo nosso tempo e dedicação é exclusivamente ao projeto.
Z: Aqui temos uma questão: há um embate entre autoral
e cover. Vocês sofreram algum tipo de preconceito em relação a isso?
RF: Não. Na verdade, a gente nem acredita muita nessa
disputa, porque são coisas diferentes, uma coisa não influencia a outra, né. Por exemplo, nos lugares em São Paulo, onde
acontece a cena autoral é diferente de onde o pessoal vai para ouvir
uma música que o pessoal já conhece. Então, pra gente realmente não atrapalha.
Temos inclusive, paralelo a isso, nossos projetos autorais, o Rene (George
Harrison) tem, os outros têm também. Então, paralelamente à banda temos
nossos projetos autorais e todo aquele público que convive com a gente.
Banda Beatles 4Ever (Foto: Maria Aparecida Vieira) |
Z: Cada um de vocês têm bandas independentes?
RF: Isso. Na verdade, são nossos projetos autorais. Mas
o trabalho principal mesmo é a banda, a Beatles 4Ever.
Z: Como é esse mercado de música autoral em São Paulo?
RF: Então, é um pouco complicado. Porque o espaço não é
para todas, o que já não é novidade. Financeiramente, a princípio, não é muito
viável, mas tudo depende mesmo da oportunidade, de você ir atrás, de buscar
fazer sua parte e isso a gente tenta fazer. Claro que não com toda prioridade que conseguimos
dar ao Beatles 4ever.
Rene Zayon: Como a gente vive da música, trabalhar com música autoral em São Paulo é
complicado, porque a gente teria que ter um trabalho paralelo, como nós temos. Só que
nosso foco é a banda cover.
(Foto: Maria Aparecida Vieira) |
(Foto: Diego Noleto) |
(Foto: Diego Noleto) |
Z: Pergunto isso porque há todo um investimento tanto nas roupas quanto
instrumentos, assim como outros custos, para valorizar um determinado segmento
que não é seu trabalho autoral.
RF: Bom, é. Aqui fazemos um investimento e temos um
retorno. A gente investe em terno, a gente investe em instrumentos e temos um
retorno do público, imprensa, agenda de shows etc. Se a gente investe essa
grana, por exemplo, para o autoral e num bom estúdio de gravação, uma boa mixagem, todo um trabalho pra agente estourar ou não, vai depender de
sorte, de tempo. Nessa banda é uma coisa que a gente investe
com uma certeza e se nenhuma dúvida.
Z: Então, montar um cover se torna mais viável do que
um investimento autoral?
RF: Muito mais viável, infelizmente. E outra coisa, é o
que estudei para fazer mesmo, foi para trabalhar com música, eu gosto de tocar,
então eu acho que se estou dentro e uma coisa que gosto e se me satisfaz e satisfaz
todos os companheiros e tal, então, acho que isso é o
principal, entendeu. Eu não tenho muita presa nesse lance do cover versus
autoral, não. Estou feliz tocando o que eu gosto.
Z: Ou autoral ou cover, o que você gosta?
RZ: Gostamos dos dois. Eu e Raffa já tivemos a experiência de tocar fora do país – inclusive a
sermos premiados (Raffa) – e o retorno para o Brasil foi onde pra mim deu uma ‘brochada’ no trabalho autoral, porque a gente viu como a aceitação lá fora era muito
grande, muito maior. Ganhamos até prêmio como banda revelação sul-americana com nosso trabalho.
Z: Qual o nosso problema em não valorizar?
RF: É esse, exatamente. Por isso, eu estou fora desse negócio de cover versus autoral.
Banda Beatles 4Ever (Foto: Diego Noleto) |
não posso nem comentar o que vem de uma bandinha cover que vive às custas do trabalho alheio! bye bye
ResponderExcluirBandas covers vivem às custas do seu próprio trabalho, pois estudam para se equipararem aos seus ídolos, para serem covers dos mesmos.
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