A banda maranhense Boys Bad News toca um som retrô ao estilo setentista e ao mesmo tempo singular. Quem ouvir o disco "Take One" vai sentir os timbres secos de uma guitarra executando rifes marcantes sempre acompanhada por um baixo e uma bateria forte. Uma curiosidade é que o disco de estreia foi gravado ao estilo ‘tomada única’, como já diz o título do mesmo: os integrantes se isolaram numa casa e durante uma semana gravaram o disco com todos os instrumentos tocando ao mesmo tempo.
Álbum "Take Onde" (Foto: Diego Noleto) |
Hoje, a banda se apresenta com uma formação diferenciada, apenas com baixo, teclado e efeitos e bateria, mesclando o Rock Stoner característico com música eletrônica, sempre dançante. A banda se apresentou no último sábado (18) aqui em Teresina. Um show diferenciado e caloroso – a banda lembra muito o grupo australiano Jet. Confere aí nossa entrevista com o Domingos Thiago, vocalista, guitarrista (no primeiro CD) e baixista atual.
Show da Boys Bad News no último sábado no Double Stage, em Teresina. (Foto: Diego Noleto) |
Zaboomba: Como se deu o início?
Domingos Thiago: A banda surgiu em 2013. Nosso primeiro show foi numa sexta feira treze de setembro, a gente estava abrido o lançamento do CD de uns amigos lá em São Luís. E o processo foi muito rápido, sabe, a banda surgiu em 2013 e nesse mesmo ano já gravamos um álbum ao vivo. A ideia de tocar de branco veio do nosso ex-integrante Emanuel que tocava baixo e, por conta de outros projetos, não pôde mais estar com a gente. A ideia do branco veio de um lance de querermos unir várias habilidades, várias experiências que tivemos no decorrer do nosso trabalho musical. E o branco é a união de todas as cores, saca, então quisemos representar isso de uma forma musical.
Z: Há essa preocupação em trabalhar elementos visuais?
DT: Geralmente, em shows locais, onde temos mais recursos, trabalhamos com projeções. E a ideia da banda é sempre mexer com os sentidos da galera.
Vocalista e baixista Domingos Thiago. (Foto: Diego Noleto) |
Z: E o porquê dessa formação atual (baixo, teclado e simuladores e bateria)?
DT: O nosso primeiro CD é um trio tradicional: baixo, guitarra e bateria. Com a saída do Emanuel, não queríamos colocar outra pessoa, porque já estávamos com uma energia legal e não queríamos recomeçar, mas continuar dali. Eu e meu irmão (Sandoval) temos outra banda, a Soulvenir e o Adno, vocalista da Soulvenir, produziu o disco da Boys Bad News, então a coisa já estava meio que em família e como não queríamos colocar outro baixista eu assumi o baixo e já vinham escutando muita coisas de pessoas que faziam isso, como o Royal Blood, que é uma influência para nós. Isso contribuiu para rumássemos para essa estética sonora.
Z: No palco, se torna mais difícil apresentar o trabalho sonoro do disco com essa formação?
DT: Temos uma preocupação muito grande em preservar o timbre que criamos, então sempre que viajamos para fazer shows em outros lugares, tentamos levar o máximo de equipamentos pessoais. Então, levamos pelo menos o básico para tentar reproduzir o timbre que criamos.
Z: Dá para dizer se a Boys Bad News tem um público específico?
DT: Então, eu não tenho uma ideia tão bem definida de qual é o nosso público alvo. Já vi pessoas de toda faixa etária nos shows e conversando com nós. Recentemente, via Twitter, vimos que um aluno de uma faculdade está fazendo um trabalho de monografia sobre a Boys Bad News e ele aborda justamente esse lance de saber nosso público, ele comparou muito com o Indie, que, digamos, seria o novo Pop. A verdade, é que nunca nos enxergamos dessa forma.
Z: E que forma seria essa, então?
DT: Temos uma grande referência de muitas épocas do rock, de 70 e 90, principalmente, e mesclamos muita coisa no álbum, tem a diferença de idades também, sou dez anos mais velho que meu irmão, saca, tem esse lance de vivências também.
Z: Como foi a produção desse disco?
DT: O "Take One" foi gravado ao vivo. Nós ficamos uma semana isolados na casa de uma amiga, então pegamos toda a parafernália, passamos o som e gravamos de primeira, tipo, três takes de cada música. No final escolhemos a melhor e botamos para o CD, foi da forma que a banda surgiu e quisemos preservar isso.
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